Mulheres no Porto: gerações compartilham histórias da carreira portuária

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a Portos do Paraná apresenta a trajetória de três profissionais que atuam no Porto de Paranaguá

O setor portuário, historicamente dominado por homens, tem sido palco de grandes ações, impulsionadas e lideradas pelas mulheres. No Dia Internacional da Mulher, profissionais de diferentes gerações contam suas histórias na Portos do Paraná. A empresa vem promovendo iniciativas para ampliar a participação feminina.

Mineira de nascimento, Elizabeth Laborne Chiaradia é assistente administrativa e há 47 anos atua em Paranaguá. A trajetória profissional começou em uma companhia telefônica e, em 1984, foi convidada a ingressar no Porto de Paranaguá como funcionária terceirizada. Três anos depois tornou-se parte do quadro efetivo e desde então trabalhou em diferentes diretorias, incluindo a administrativa, jurídica e de engenharia. Em 2011, assumiu função na presidência da empresa.

“Tenho orgulho da minha trajetória. Nunca fiz nada que desabonasse a minha conduta. Sou brincalhona e, graças a Deus, todo esse tempo só construí boas amizades”, afirma Elizabeth, que acompanhou as transformações portuárias e hoje dá conselhos para as mulheres que desejam seguir a carreira portuária. “Estudem a área, prestem concurso público e venham trabalhar nesta empresa que é o nosso porto seguro”, orientou a portuária.

Atualmente a Portos do Paraná conta com 25% do quadro de profissionais preenchido por mulheres. Muitas estão em cargos de liderança como é o caso da gerente de Engenharia, Bruna Calloni. Bruna ingressou na Portos do Paraná em 2019, na área de engenharia marítima e infraestrutura. Durante dois anos coordenou as atividades de batimetria e dragagem, acompanhando obras e fiscalizações. Após um período em outra empresa, retornou em 2023 como gerente de Engenharia.

O trabalho realizado por Bruna e toda a equipe são fundamentais para garantir a eficiência, segurança e crescimento das operações portuárias. Além de acompanhar a evolução nos portos paranaenses, Bruna acompanha a presença crescente das mulheres no mercado portuário. “Antigamente era difícil encontrar mulheres neste setor, até mesmo na faculdade. Poucas procuravam a profissão de engenharia. Mas hoje, não”, destaca Bruna.

Entre as portuárias da nova geração está a estagiária Ana Bedner. Formada no curso técnico de tecnologia do Instituto Federal do Paraná (IFPR), atualmente Ana cursa Licenciatura em Computação e vê no Porto de Paranaguá uma oportunidade de crescimento profissional. “Tenho conhecido essa área da tecnologia, ao trabalhar em uma empresa da grandiosidade do Porto. Saber que eu faço parte disso é realmente inspirador. A minha trajetória aqui tem me projetado para um futuro”, avalia Ana.

Ações em prol das mulheres

Desde 2023, a Portos do Paraná destina às colaboradoras 50% das vagas no Master em Gestão Portuária, realizado pela Fundación ValênciaPort e pela Universidad Politécnica de Valência, na Espanha. Para participar, a portuária precisa ter ao menos três anos de casa. A empresa pública também estimula a comunidade portuária a investir na carreira feminina. Em 2023, o auditório do Palácio Taguaré foi palco da formatura de 15 mulheres do curso de Operadora de Empilhadeira, em uma iniciativa da Prefeitura de Paranaguá e de empresas da comunidade portuária.

As mulheres também são bem-vindas ao cais. No ano passado, o Núcleo Feminino da Cooperativa Agrária de Guarapuava realizou uma visita técnica ao Porto de Paranaguá. A Agrária é uma cooperativa agroindustrial de Guarapuava, que conta com 728 cooperados e 1.908 colaboradores, que exportam soja e farelo e importam cevada e malte pelo porto paranaense.

Além de estimular a carreira portuária, a Portos do Paraná busca debater temas importantes como o assédio no ambiente profissional. Em 2024, a Portos do Paraná promoveu um evento exclusivo para mulheres, com intuito de divulgar o guia contra assédio no setor aquaviário lançado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ). O encontrou reuniu representantes da Women’s International Shipping and Trading Association (Associação Internacional das Mulheres do Transporte Marítimo e do Comércio) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).