A Prefeitura de Paranaguá, por meio do Conselho Municipal de Saúde (CMS), realizou na terça-feira (19), na 1ª Regional de Saúde, a 14ª Conferência Municipal de Saúde. Com o tema “Planejar a saúde parnanguara com a participação popular: desafios e compromissos no SUS municipal”, o encontro reuniu gestores, trabalhadores, representantes de entidades e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) para discutir as prioridades da saúde no município, avaliar os serviços já ofertados e propor ações que garantam mais qualidade de vida à população.
A conferência é considerada um instrumento fundamental para o avanço das políticas públicas de saúde, por abrir espaço democrático à sociedade civil e permitir que decisões sobre orçamento, programas, serviços e parcerias sejam debatidas coletivamente.
A secretária municipal de Saúde, Patrícia Scacalossi, destacou que a conferência cumpre um papel essencial na consolidação do SUS em Paranaguá. “A conferência de saúde é um espaço de construção do SUS. É nela que população, gestores e trabalhadores podem apresentar propostas para um sistema público mais participativo, homogêneo e equitativo. Dessa forma, construímos uma saúde digna, integral e com resultados positivos”, afirmou.
Patrícia também ressaltou a parceria com o Conselho Municipal de Saúde, órgão fiscalizador e deliberativo que atua de forma integrada à Secretaria. “O Conselho de Saúde de Paranaguá sempre foi muito parceiro da secretaria. Trabalhamos juntos no mesmo prédio, em diálogo direto com a população, para transformar as propostas em ações práticas que tragam uma saúde humanizada e eficiente”, completou.
Entre os principais desafios apontados pela secretária está o acesso da população aos serviços. “Paranaguá tem cerca de 150 mil habitantes, todos com direito ao SUS. O maior desafio é garantir acesso a todos com recursos limitados. Por isso, é fundamental que as propostas sejam bem estruturadas e viáveis”, explicou.
Conselho Municipal: fiscalização e fortalecimento do SUS
O presidente do CMS, José Dougiva da Silva Costa, ressaltou que a conferência também teve como objetivo renovar a composição do conselho e fortalecer sua atuação. “Estamos trazendo novas entidades e novos conselheiros para oxigenar o trabalho. O Conselho é um órgão fiscalizador e acompanha de perto a gestão. Quando encontramos falhas, relatórios são encaminhados para o Ministério Público e demais órgãos competentes. Nosso papel é cobrar melhorias para que a população tenha um SUS mais eficiente”, afirmou.
Segundo Dougiva, as principais demandas identificadas são a falta de profissionais de saúde e a necessidade de melhores condições de trabalho. “Precisamos negociar salários e atrair mais profissionais. Muitas vezes a demora no atendimento está ligada à carência de pessoal. O Conselho busca trazer esses trabalhadores para perto da gestão, garantindo voz e participação”, acrescentou.
Diversidade de segmentos representados
Representantes da sociedade civil também levaram suas demandas à conferência. Danielle Rosa, presidente do Instituto Duas Rosas, destacou a pauta da inclusão e do atendimento às pessoas com deficiência, com ênfase nos autistas. “Precisamos de mais especialistas na rede pública e de diagnósticos precoces. O censo aponta que Paranaguá tem entre três e quatro mil autistas, número que exige políticas públicas específicas. O tratamento adequado melhora a qualidade de vida não só dos autistas, mas de suas famílias”, defendeu.
Para Nilson Nishida, vice-presidente do CMS e representante do Conselho Regional de Farmácia do Paraná, a conferência amplia o diálogo entre diferentes setores da saúde. “É um espaço para deliberar e trazer propostas novas. A participação de profissionais da farmácia, fisioterapia, servidores municipais, associações de bairro e entidades especializadas garante um olhar diversificado sobre as necessidades locais. A prefeitura tem feito avanços, como a regularização das farmácias e a distribuição de medicamentos especializados, mas é preciso continuar evoluindo”, disse.
Propostas encaminhadas
Durante o encontro, os participantes se dividiram em grupos de trabalho para formular propostas que serão encaminhadas à Conferência Estadual de Saúde. As contribuições abrangem desde melhorias no atendimento básico até a implementação de novos programas e serviços especializados, reforçando o compromisso de Paranaguá em manter o SUS como política pública universal e participativa.
Portal Litoral do paraná
Unidades de Saúde estarão abertas neste sábado com foco na saúde da mulher
Peça teatral “Cafés Malditos” acontece na Estação Ferroviária com duas apresentações gratuitas
Falta de consciência popular: mutirão recolhe 17 toneladas de lixo em margens de rios, manguezais e áreas costeiras de Paranaguá