06/06/2025

Vazio no Mar: A Tainha Sumiu do Paraná, e Isso Não É por Acaso

Paranaguá e Litoral do Paraná com poucas Tainhas nos Mercados Municipais, bem menos que o ano passado.

Conversamos com alguns pescadores de Paranaguá perguntando sobre a ausência de tainhas no litoral do Paraná neste momento, enquanto Santa Catarina já registra grandes pescarias, eles explicaram que pode ser por uma combinação de fatores climáticos, oceanográficos e ambientais.

Os principais elementos envolvidos, de forma objetiva e estratégica:

1. Correntes Marinhas e Temperatura da Água
A tainha é extremamente sensível à temperatura da água, iniciando sua migração quando o mar atinge entre 18ºC e 21ºC. Se o litoral do Paraná está com águas ainda acima dessa faixa, elas não “descem” para a costa como ocorre em SC.
Santa Catarina costuma registrar primeiro essa queda de temperatura por estar mais ao sul e sofrer influência direta das massas polares.

2. Ausência de Ventos de Sul Consistentes
Os ventos de sul, especialmente os mais frios e contínuos, são determinantes para “empurrar” os cardumes para a costa. Se eles não se estabeleceram com força no litoral paranaense, as tainhas seguem migrando em águas mais afastadas ou descem direto para SC.

3. Migração Acelerada
É possível que os cardumes estejam acelerando sua rota migratória devido a mudanças climáticas, passando rapidamente pelo litoral paranaense sem se aproximar da costa indo direto para SC, onde as condições estão mais favoráveis (baixas temperaturas, menor salinidade, ventos corretos).

4. Pressão Pesqueira ao Sul
A grande captura no litoral catarinense pode indicar que os principais cardumes já foram interceptados ao sul, antes mesmo de alcançar o Paraná.

5. Mudanças no Ecossistema Local
Alterações no litoral do Paraná, como aumento de sedimentos, obras costeiras, dragagens, ou desequilíbrio ecológico (como diminuição do plâncton ou aumento da salinidade), podem estar tornando a região menos atrativa para a tainha se alimentar ou desovar.

Conclusão Estratégica
O Paraná está, possivelmente, em desvantagem momentânea na corrida pela tainha por não reunir as condições naturais ideais neste início de temporada.

Se houver queda na temperatura do mar e entrada firme de vento sul nos próximos dias, a situação pode mudar rapidamente. Caso contrário, a safra 2025 pode ser mais escassa no PR e concentrada no Sul de SC.